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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Notícia - Construção de barragem em Bonito-PE gera muitas dúvidas entre moradores e ambientalistas

 TERÇA-FEIRA, 30 DE AGOSTO DE 2011

Um dos compromissos da presidente Dilma, que vem a Pernambuco nesta terça-feira (31), é a assinatura da ordem de serviço para as obras da barragem de Serro Azul; a execução do projeto tem trazido muitas dúvidas para os moradores e ambientalistas. De acordo com eles, o governo ainda não conversou com as famílias afetadas e não se sabe qual será o destino do turismo na região.

Os detalhes do projeto da barragem ainda não foram repassados. Por conta dessa incerteza, surgiram comentários no município de que as cachoeiras e o turismo vão acabar.

De acordo com o Governo do Estado, a barragem de Serro Azul vai custar R$ 480 milhões e cobrirá uma área de aproximadamente 1.600 hectares. A capacidade de armazenamento será de 380 milhões de metros cúbicos de água. Por conta desse volume, uma parte da área de Bonito, que faz limite com Palmares, será inundada.
Este fato tem deixado os agricultores da região preocupados. Eles ainda não foram informados se precisarão deixar a área. A agricultora Maria Verônica afirma que alguns deles desistiram de manter as lavouras. “Resolvemos não plantar mais, porque não sabemos como é que vamos ter retorno do dinheiro que nós investimos”, explica.

O secretário de Meio Ambiente de Bonito, José Pinheiro de Andrade, explicou o posicionamento da Prefeitura: “o município está pedindo que se faça um reflorestamento dessa área. Nós queremos saber onde as pessoas serão alocadas e como isso será providenciado. O município vai exigir que essas pessoas não sejam prejudicadas”, afirma.

Além da Prefeitura, os impactos ambientais da obra também estão sendo questionados pela ONG Sabiá da Mata, que foi criada há quatro anos em Bonito. Os integrantes dizem que a área da barragem é de preservação permanente. “Nossa preocupação é que os fragmentos da Mata Atlântica que existem na região sejam preservados. Nós queremos provocar os órgãos públicos, inclusive o Ministério Público de Pernambuco, para que as providências em relação à diminuição desses impactos sejam tomadas”, afirma Arlington Coelho, representante da ONG.

De acordo com o secretário de Recursos Hídricos, João Bosco de Almeida, a mata já foi destruída no passado. “Diferentemente das outras barragens, que são menores, mas pegam uma área mais arborizada, com floresta, essa não tem quase nenhuma mata. Mesmo assim estamos concluindo um estudo ambiental. Eu espero estar com ele pronto em setembro, com todos os cuidados e as compensações que a lei determina.”, explica.

Quanto às famílias que vivem no local, o secretário afirmou que só serão retiradas as pessoas que vivem onde a obra será realizada e que um debate com os moradores será iniciado. “Um pessoal está inventariando todas as famílias que moram na região afetada, registrando o que elas fazem e quais benfeitorias existem nas terras. Depois iniciaremos um debate com os moradores para decidir qual é a melhor forma de remanejamento das pessoas”, afirma.

O secretário ainda informou que as obras serão iniciadas em de dezembro deste ano e que o turismo não será afetado. De acordo João Bosco, os turistas terão acesso à cachoeira do Véu da Noiva em um passeio de barco, o que atualmente não é possível.

Da Redação do pe360graus.com

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